terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Aécio Neves 2014: “Segurança pública será questão prioritária na agenda do PSDB”

O senador Aécio Neves disse que, se for eleito, pretende reproduzir a experiência do AfroReggae (que trabalha em programas de apoio e integração de jovens e combate a criminalidade) pelo país.

Aécio Neves 2014
Aécio Neves 2014
O senador Aécio Neves se reuniu nesta segunda-feira (10) com integrantes do Grupo Cultural AfroReggae, em visita à sede da organização não governamental (ONG), no Rio de Janeiro. A parceria da entidade com o governo de Minas em programas de apoio e integração de jovens completa 10 anos.


Em 2004, durante a gestão Aécio Neves, o governo de Minas e o AfroReggae deram início ao programa “Juventude e Polícia”, implantado em batalhões da Polícia Militar e voltado para jovens em situação de vulnerabilidade social. Os resultados do programa foram reconhecidos internacionalmente.


O objetivo do programa “Juventude e Polícia” é oferecer serviços de segurança pública ao segmento juvenil, por meio de atividades musicais, dramatúrgicas, desportistas, de artes gráficas e de dança, estabelecendo uma ação transformadora da relação Polícia Militar e Juventude.


Durante a visita, Aécio Neves afirmou que experiências do AfroReggae podem ser incorporadas às ações de segurança pública em todo país, com projetos que criem oportunidades e afastem o cidadão da criminalidade. O senador também garantiu que a segurança pública será tratada de forma prioritária pelo PSDB na agenda que o partido apresentar à sociedade brasileira este ano, durante a campanha eleitoral.


“A questão da segurança pública será absolutamente prioritária na nossa proposta, e por isso conversas como a que estou tendo hoje com o AfroReggae serão importantes. Queremos incorporar algumas experiências, não digo nem que sejam heterodoxas, mas elas fogem àquele receituário tradicional de segurança pública”. disse Aécio Neves.


Polícia divulga foto de suspeito de matar cinegrafista


Policiais da 17ª Delegacia de Polícia, em São Cristóvão, zona norte do Rio, fazem buscas em diversos pontos do Estado para cumprir o mandado de prisão temporária expedido contra Caio Silva de Souza, de 23 anos.


De acordo com as investigações, Souza foi quem lançou o rojão que matou o cinegrafista da Band, Santiago Andrade, de 49 anos. 

O mandado de prisão por homicídio doloso qualificado por uso de explosivo foi expedido na noite desta segunda-feira, 10, pela Justiça.

Fonte: Yahoo

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Aécio Neves: "PSDB se prepara para um grande debate"

Eleições 2014 - De acordo com o senador mineiro do PSDB, o ciclo de governo do PT exauriu-se.

Fonte: PSDB Nacional


O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou, nesta quinta-feira (06), que o partido se prepara para um grande debate durante as eleições presidenciais desse ano. A afirmação foi dada após reunião com o presidente do Democratas, senador Agripino Maia, em que foi discutida a aliança entre os partidos nos estados.

Aécio Neves criticou a falta de solidariedade do governo federal junto a estados e municípios em saúde, educação e segurança pública. O senador também lamentou o uso do Estado brasileiro para atender aos interesses do PT, e não da sociedade brasileira.

O que me anima nessa aliança com o Democratas é que o nosso discurso é muito afinado, muito convergente. Somos contra o aparelhamento da máquina pública, contra essa visão ideológica que conduz a política externa brasileira. Somos contra esse centralismo absurdo do governo federal que impede uma ação mais solidária na segurança pública com estados e municípios, na saúde, onde o governo federal a cada ano vem se omitindo em relação aos anos anteriores, e até na qualidade da educação. O PSDB se prepara para um grande debate e para dizer aos brasileiros que esse ciclo de governo do PT exauriu-se”, disse o senador.

CBF divulga tabela preliminar do Brasileirão de 2014 com Fluminense na Série A

Entidade confirmou rebaixamento da Lusa para a Série B e manunteção do clube carioca por conta de julgamento do STJD

Fonte: Yahoo

De acordo com a versão preliminar, definida na reunião realizada entre os clubes, o chute inicial do Brasileirão será realizado no dia 20 de abril.

A Diretoria de Competições da CBF divulgou nesta quinta-feira a tabela provisória do Campeonato Brasileiro da Série A de 2014. A entidade confirmou a decisão do STJD de rebaixar a Portuguesa e manter o Fluminense na elite do futebol nacional.

De acordo com a versão preliminar, definida na reunião realizada entre os clubes, o chute inicial do Brasileirão será realizado no dia 20 de abril.

Segundo o advogado da Portuguesa, porém, a reunião não teria discutido a tabela, mas apenas o regulamento do campeonato. Após o representante da Lusa ter saído da discussão, entretanto, Rodrigo Paiva, diretor de comunicação, divulgou a tabela para a imprensa, afirmando que a CBF não acataria liminares para realizar seu planejamento.

Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, afirmou que os clubes planejam assinar um acordo que impede torcedores comuns de realizar intervenções na tabela do campeonato.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

No ano eleitoral, Dilma Bolada pode deixar a política

Foto: Agência do Planalto

Dilma Bolada, a personagem que caiu nas graças dos internautas e até da presidente Dilma Rousseff, pode mudar de cara em 2014. O criador do perfil no Twitter e no Facebook, Jeferson Monteiro, está repensando o futuro da sátira da presidente nas redes sociais. Em ano de eleição, Dilma Bolada pode se distanciar da política e tratar apenas de variedades. A última opção do estudante de publicidade é tirar a personagem do ar.

A preocupação de Jeferson não é com os entraves legais que pautam o período de campanha eleitoral. O que tem feito o estudante rever a continuidade dos posts, diz, é sua “responsabilidade como cidadão”. “Muitos sabem do que se trata, no entanto os seguidores somam mais de um milhão de pessoas e é uma personagem ligada diretamente à Dilma. E nós entramos agora em ano eleitoral”, relata. Segundo ele, a personagem foi amadurecendo cada vez mais com relação a variedades, tomando maior distância da questão política”, disse.

Declaradamente um simpatizante da presidente, Jeferson sabe da influência que tem ao manter um perfil de Dilma em ano de eleição e sente o peso da responsabilidade. “Eu gosto da Dilma, isso é um ponto. Agora, tenho que avaliar de uma forma mais ampla e clara para saber se e como vale a pena continuar”, disse. “Tem uma série de questões pessoais”, completou o estudante, que faz questão de informar que não é filiado ao PT, apenas nutre admiração pela presidente Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O perfil Dilma Bolada surgiu no Twitter em 2010. A partir de 2011, passou a ser atualizado com mais frequência contando com humor a rotina da presidente Dilma Rousseff. Em 2012 e em 2013, o perfil ganhou prêmios de internet, como o Shorty Awards. No ano passado, Jeferson foi recebido no Palácio do Planalto por Dilma Rousseff, no momento em que a presidente reativou sua conta no Twitter.

O desgaste pessoal também conta na avaliação do estudante, já que Jeferson alimenta os perfis diariamente sozinho. A decisão sobre o futuro da personagem, garante, será tomada só por ele, nos próximos dias. Os únicos a palpitar na decisão são “um amigo ou outro”. Ainda que a opção seja manter as publicações com o mesmo perfil adotado até agora, Jeferson deve buscar alguma inovação e os internautas devem saber da escolha pelas redes sociais. Por enquanto, os prós e contras estão “na balança”.

Se ele cansou de fazer a personagem? Não. “Estou até escrevendo aqui agora um texto bem legal”, responde animado. “É sempre em cima de uma demanda nova, de alguma coisa bem atual. É prazeroso fazer e ver as pessoas gostarem”, disse.

Jurídico
Na visão do advogado Alberto Rollo, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB de São Paulo, a página de Dilma Bolada é um dos exemplos que pode gerar processos e até pedidos de retirada do ar. “A Dilma Bolada beneficia a presidente e ridiculariza os adversários. Não só pode como deve ser retirado do ar”, opina.

Já o advogado e professor de direito eleitoral na PUC-SP, Carlos Gonçalves Jr, discorda e acredita que a Justiça ainda não tem quantidade suficiente de decisões para uma visão conclusiva no caso específico da Dilma Bolada. “O humor é uma forma de manifestação social. Qualquer intervenção da Justiça eleitoral no caso da Dilma Bolada seria inconstitucional por violar o princípio da liberdade de expressão”, afirmou. “Não acho que ela (a Justiça) deva interceder."

O presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB de Pernambuco e advogado Walber de Moura Agra lembra que na eleição passada o TSE permitiu a sátira de programas humorísticos com candidatos. “Humor pode. Não pode permitir ridicularizações e ataques contra a honra e moral dos candidatos”, explicou. Segundo ele, esses casos são passíveis de multa, direito de resposta e até condenação penal

Planos bolados
Jeferson dedicou 2013 a eventos, palestras e demandas de projetos que surgiram por conta do Dilma Bolada. A procura, no entanto, tem diminuído. “Este vai ser um ano de transição”, diz o estudante que mora no Rio de Janeiro e pensa em eventualmente procurar emprego em uma agência de publicidade. “Além do networking bacana, a Dilma Bolada trouxe trabalhos legais. De repente, mudando a questão da temática, talvez até surjam mais oportunidades.”

A ideia de transformar a Dilma Bolada em livro, com a personagem narrando os quatro anos de gestão da petista no governo federal, também existe. “É algo que penso há um tempo. Mas para isso preciso de tempo”, conta.>>Ele não descarta, contudo, trabalhar durante a campanha eleitoral para candidatos à presidência, independentemente do partido. Os convites, explica, seriam julgados pelo critério “exclusivamente profissional”. “Não descarto hipótese de prestar serviço na rede social para ninguém.” Jeferson acredita, contudo, que a divulgação por meio de personagens já está esgotada. “Isso não funciona mais, a Dilma Bolada é uma grande exceção.”

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Aécio Neves 2014: “Apagão é resultado da má gestão do governo”

Eleições 2014 - Falha no Sistema Interligado Nacional afetou o fornecimento de energia em diversos municípios na tarde desta terça-feira.

Fonte: O Globo

Aécio Neves 2014: “Apagão é resultado da má gestão do governo”
Aécio Neves 2014: “Apagão é resultado da má gestão do governo”

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), lamentou nesta terça-feira o apagão que atingiu quatro regiões do país. Em nota, Aécio Neves responsabilizou o governo federal pela “má gestão e pela falta de investimentos no setor elétrico”.

Essa excessiva intervenção do governo federal vai certamente custar muito caro a todos os brasileiros que são afetados por esses apagões, e que, se não chover rapidamente, poderão ser maiores ainda no futuro. Tudo isso fruto da incompetência e da má gestão do governo federal nesse setor fundamental para a vida dos brasileiros”, afirmou o senador.

Uma falha no Sistema Interligado Nacional afetou o fornecimento de energia em diversos municípios na tarde desta terça-feira. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema interrompeu o fluxo de 5 mil MW para essas regiões.

Segundo Aécio, “Estamos agora colhendo, infelizmente, os frutos da má gestão do governo federal na área de energia. O governo federal afugentou os investimentos. Ele poderia ter simplesmente tirado os impostos federais da conta de luz para alcançar o objetivo da sua redução”, afirmou.

O governo ainda não identificou as causa da falha de energia. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que o problema não foi causado por sobrecarga no sistema, mas não apontou os motivos do apagão.

Putin amansou com olhar filhote de leopardo que atacou grupo de jornalistas

Moscou, 4 fev (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, acariciou e amansou com o olhar um filhote de leopardo que atacou um grupo de jornalistas durante uma visita a um centro de criação e reabilitação destes felinos na região de Sochi, informou nesta terça-feira a agência "Interfax".
Putin chegou ao parque nacional dirigindo um jipe, levando no carona Gilbert Felli, diretor-executivo do COI para os Jogos Olímpicos, e Jean-Claude Killy, presidente da comissão de coordenação do COI.
Em certo dado, segundo informou a agência, o diretor do estabelecimento propôs aos convidados entrar nas jaulas para conhecer mais de perto os quatro filhotes de leopardo que vivem no local.
Em uma delas, estava "Grom" (Trovão), um filho de seis meses que começou a ficar nervoso e começou a rugir.
No entanto, o presidente russo, segundo a agência, aproximou-se do felino e o acariciou, mas incomodado com o som e os flashes das máquinas fotográficas, o animal atacou os jornalistas, arranhando a mão de um deles e cravando os dentes no joelho de outro.
Depois disto, os convidados decidiram abandonar a jaula, mas Putin permaneceu ainda alguns minutos próximo de "Grom", olhando para o animal fixamente e tentando o acalmar.
"Gosto dos animais, os sinto. Parece que nos conectamos um com o outro", afirmou o presidente após o episódio.
Não é a primeira vez que Putin, grande amante dos animais, protagoniza peripécias com alguma espécie, como na ocasião em que voou de asa-delta à frente de um bando de cegonhas. EFE

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O senador Aécio critica viagem de Dilma e promete governar com metade dos ministérios

O senador mineiro criticou nesta segunda-feira, 3 de fevereiro, a recente viagem a Portugal da presidente Dilma Rousseff (PT), afirmando o episódio serve como uma amostra da falta de transparência do governo federal. Aécio também criticou a reforma ministerial em andamento.

Fonte: O Globo

O senador Aécio critica viagem de Dilma e promete governar com metade dos ministérios
Senador Aécio Neves

Na primeira entrevista coletiva concedida em 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência da República, criticou nesta segunda-feira recente viagem a Portugal da presidente Dilma Rousseff (PT), afirmando o episódio serve como uma amostra da falta de transparência do governo federal. Aécio esteve em Cascavel (PR), onde prestigiou, ao lado do governador Beto Richa (PSDB) e do senador Alvaro Dias (PSDB), a abertura do Show Rural Coopavel, evento direcionado à difusão da tecnologia do agronegócio.

"O que faltou ali é o que tem faltado em várias áreas do governo, mas dessa vez a situação foi retratada de forma caricata: é transparência. A ausência (de transparência) causou mais danos do que a verdade causaria. O que é mais grave é que isso não se restringe a esse episódio. O governo tem omitido várias informações, como o acinte do BNDES e a forma com que foram concedidos os recursos para financiamento do porto cubano. Foi a inauguração da primeira grande obra de seu governo. Poderia ser no Brasil, como no Porto de Paranaguá, que precisa de tantos investimentos, mas não foi", disse o senador mineiro.

Aécio disse ainda que, caso eleito, vai reduzir pela metade o número de ministérios; hoje são 38 os ministérios. "É um número acintoso e vergonhoso", disse o senador.

O pré-candidato tucano criticou a reforma ministerial em andamento: "Ninguém reforma para piorar. Infelizmente, a lógica que rege as ações do governo não é do interesse nacional, é do interesse eleitoral. Não temos uma presidente da República full time. Nós temos uma candidata a presidente da república full time, com a agenda quase toda focada a reeleição."

Ele afirmou também que vai redirecionar o papel do Ministério da Agricultura, no sentido que recupere a capacidade de influenciar nas decisões da política econômica: "O Brasil tem sido pouco ousado em seu comércio exterior e na busca por novos mercados. Vamos ter uma safra recorde, mas parte dela será perdida pela falta de capacidade de armazenamento e pela ausência de um seguro agrícola que garanta a tranquilidade e o estímulo ao setor produtivo", afirmou Aécio.

Esquizofrenia - Realidade partida

Vozes imaginárias, delírios. Esse distúrbio já foi sinônimo de loucura, mas não deveria. Com tratamentos que reintegram pacientes à sociedade, falta apenas vencer o estigma de doença


Cena do filme "Uma mente brilhante", que conta a história de John Nash / Reprodução
Cena do filme "Uma mente brilhante", que conta a história de John Nash / Reprodução

O matemático americano John Forbes Nash foi um gênio precoce. Em 1949, aos 21 anos, escreveu uma tese de doutorado de apenas 27 páginas sobre a Teoria dos Jogos, que revolucionou a economia. Mas sua chama criativa se apagou aos 30 anos, quando começou a ouvir vozes e perdeu contato com a realidade. A mulher o internou num hospital psiquiátrico, onde lhe diagnosticaram esquizofrenia. "Eu me sentia perseguido. Achava que o presidente, o papa e outras pessoas conspiravam contra mim", recordou Nash ao canal americano PBS em 1995, após ganhar o Nobel de Ciências Econômicas pelas ideias que desenvolveu na juventude. 

Aos 82 anos, Nash está há mais de 5 décadas lutando contra o transtorno, numa história que inspirou o filme Uma Mente Brilhante (2001). A esquizofrenia não ataca de uma vez. Em vez disso, envia sinais. A pessoa começa a mudar o jeito de ser entre o final da adolescência e o início da idade adulta: fica mais retraída, isolada. Depois, tem delírios - ou seja, ideias incompatíveis com a realidade-, alucinações, como vozes comentando sobre seus atos e pensamentos, e fala e comportamento desorganizados. O trabalho, a relação com os outros e o cuidado de si são gravemente afetados, caso a pessoa não seja tratada. 

Se não fosse um gênio precoce, Nash certamente padeceria o transtorno no anonimato, como ocorre com a imensa maioria dos esquizofrênicos. E eles são muitos: 2 milhões no Brasil e 70 milhões no mundo. Esse transtorno não tem cura, mas pode ser tratado, apesar de ainda ser incompreendido tanto pela população geral como por suas vítimas. 

O primeiro passo para entendê-lo é se livrar do preconceito. "Durante muito tempo, a esquizofrenia e outros transtornos mentais foram tratados como loucura. Os doentes chegavam a ser internados a vida toda sem dispor de tratamentos adequados", diz Mario Louzã, coordenador do Projeto Esquizofrenia do Instituto de Psiquiatria do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 

Hoje, os remédios são muito mais eficientes e as internações, mais breves, necessárias apenas para controlar as crises. "Quando são adequadamente diagnosticados e tratados, os portadores de esquizofrenia convivem normalmente com a sociedade, perfeitamente integrados, como qualquer pessoa sem a doença", afirma Louzã. Mas não era assim nos tempos da escultora Camille Claudel, nascida na França em 1864. 

Depois de ser aluna, confidente e amante do mestre escultor Auguste Rodin, ela o acusou de querer roubar suas obras para expô-las como dele. Seus surtos se manifestaram em 1905, quando Camille já era famosa por moldar blocos de pedra. Ela destruiu diversas estátuas e sumiu por longos períodos. Morreu em 1943, após 30 anos num asilo. 

O que se passa pela cabeça do portador da doença? Isso varia conforme o paciente. Ele é tomado por delírios, que são sempre pensamentos. Mas também pode ter alucinações, ou seja, percepções irreais dos órgãos dos sentidos. Na esquizofrenia, as alucinações são tipicamente auditivas. Alguns relatam ouvir vozes quando estão sozinhos. Podem também achar que estão sendo vigiados pela polícia, pela máfia ou por uma organização secreta. Nash acreditava que comunistas e não-comunistas estavam em seu encalço, armando contra ele enquanto disputavam o xadrez da Guerra Fria. 

Sim: a esquizofrenia prega peças em suas vítimas. Muitas suspeitam que os vizinhos escutam atrás da porta, que o telefone está grampeado ou que o rádio envia mensagens secretas. Outras acham que o jornalista da TV está falando sobre elas - o que os médicos chamam de interpretação delirante. 

Alucinações, delírios e desorganização do pensamento fazem parte dos chamados "sintomas positivos" da esquizofrenia. Eles ficam mais intensos nas crises agudas - os surtos psicóticos -, que são intercaladas por períodos de remissão. Mas também existem os "sintomas negativos", como diminuição de expressão das emoções, apatia, isolamento social e uma desesperança profunda. Tanto que o índice de suicídio entre esquizofrênicos é maior que o da população em geral. Médicos ainda consideram um 3º grupo de sintomas, os "cognitivos", que incluem dificuldade de abstração, déficit de memória, comprometimento da linguagem e falhas no aprendizado. "Às vezes, a pessoa entra na faculdade, tem o primeiro surto e depois não consegue obter o rendimento de antes", diz Louzã. 

Isso também acontece no trabalho. A pessoa ascende na carreira, sofre o primeiro surto e jamais retorna à posição que tinha. Que o diga o russo Vaslav Nijinski, um dos bailarinos mais virtuosos da história. Aos 10 anos, entrou na lendária Escola de Balé Imperial da Rússia. Aos 18, já era famoso por dar saltos que desafiavam a lei da gravidade. Mas sua carreira acabou aos 29, quando a esquizofrenia o abateu em pleno voo. A partir daí, Nijinski vagou entre hospitais psiquiátricos - e nunca voltou aos palcos.


Genética e ambiente A doença golpeou Nijinski em 1919, quando pouco se sabia sobre ela. Fazia apenas 11 anos que o psiquiatra suíço Paul Bleuer havia cunhado seu nome para diferenciá-la de outros transtornos. Bleuer chegou a examinar Nijinski, mas não tinha o conhecimento nem os remédios antipsicóticos necessários para tratá-lo. 

Desde então, o diagnóstico e o manejo da esquizofrenia avançaram muito. Mesmo assim, a origem da doença ainda intriga os especialistas. 

Ao que tudo indica, ela tem um componente genético e neurodesenvolvimental. Ou seja: já no útero, o feto começa a sofrer uma alteração em seu sistema nervoso. Esse quadro progride na infância e na adolescência, até culminar com o aparecimento dos sintomas. A maioria dos psiquiatras considera que as crises dos esquizofrênicos acontecem justamente por causa desse desenvolvimento cerebral anormal. Ele geraria um desequilíbrio das substâncias que enviam mensagens entre os neurônios - os chamados neurotransmissores. 

"Acreditamos que haja excesso dessas substâncias em algumas regiões do cérebro e diminuição em outras", diz o psiquiatra Jaime Hallak, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP. Além disso, parece não haver dúvida quanto à faceta progressiva da doença. Ou seja: quanto maior o número de crises, mais o cérebro vai adoecendo. 

É por isso que os medicamentos buscam evitar novas recaídas, além de diminuir os sintomas agudos. A partir dos 50 anos, a turbulência diminui e o transtorno tende a se estabilizar. 

Ok, os médicos estão bastante seguros quanto a esses processos, mas admitem não saber o que está por trás deles. O fator genético pode ser inferido por uma questão matemática: se seu pai tem esquizofrenia, o risco de você ter a doença salta de 1 para 10%. Se seu pai e sua mãe tiverem, o risco sobe para 25%. Mas os genes sozinhos não resolvem essa equação. Veja o caso dos gêmeos univitelinos (idênticos): se um deles tem esquizofrenia, o outro tem 50% de risco de também ter - quando se esperariam 100%. "E mesmo conhecendo esse padrão genético, não sabemos qual ou quais genes estão alterados", diz Hallak. 

Se a genética não responde por tudo, fatores ambientais também estariam ligados à doença. Infecções durante a gravidez, por exemplo, poderiam atuar como disparadores. Mais: mudanças importantes na infância e na adolescência também podem gerar uma situação de estresse que vai obrigar a pessoa a se reorganizar. E é nessa fase de adaptação que a esquizofrenia pode se manifestar em quem tem a propensão genética. 

Segundo Hallak, perder um parente querido ou migrar para outro país aumentaria o risco de 1 para 3%. Usar drogas é ainda pior: se você fumou muita maconha na adolescência, o risco de desenvolver esquizofrenia pode subir até 10 vezes quando ficar adulto. 

E todos esses fatores são cumulativos. "Se você tiver uma perda familiar importante, for demitido, tiver usado maconha desde a adolescência e ainda migrar para outro país, o seu risco pode chegar a 20%", diz Hallak. "Mas o componente genético é fundamental. Aqueles que não têm essa propensão dificilmente vão desenvolver a doença."


Esquizofrênicos da paz O americano Edward Theodore Gein cometeu alguns dos crimes mais bizarros da história. Nascido em 1906 no povoado de Plainfield, no Wisconsin, ele violava tumbas e roubava partes de corpos femininos para guardar como troféus. Fazia roupas com as peles (e depois as vestia) e móveis com os ossos. Sua casa também abrigava uma coleção de órgãos sexuais femininos e máscaras feitas com as caras das vítimas. Em 1957, Ed Gein admitiu ter matado 2 mulheres para destrinchá-las. Acabou confinado em hospitais psiquiátricos até sua morte, em 1984. 

Para o público em geral, é tentador chamar Ed Gein de esquizofrênico. E não só ele, mas toda a gama de personagens de ficção que inspirou, como Norman Bates, protagonista do filme Psicose, de Alfred Hitchcock, Leatherface, de O Massacre da Serra Elétrica, e Buffalo Bill, o travesti de Silêncio dos Inocentes, que matava suas vítimas para tirar a pele feminina e implantá-la em seu corpo. 

Mas essa comparação revela outro estigma. "A fantasia que muitas pessoas têm do esquizofrênico é misturada com personagens que possuem algo bizarro. Assim, acham que o esquizofrênico é uma pessoa bizarra, com comportamentos esquisitos. Na verdade, isso é um exagero", afirma Louzã. "Um esquizofrênico bem tratado e com medicação controlada vai ter um comportamento bem natural." 

Mesmo entre os não-tratados, só uma minoria é violenta. Na verdade, são retraídos e têm mais chances de causar danos a si próprios que aos demais. Claro que alguns cometem atos violentos e por motivos bizarros - como um homem que abre a cabeça da mãe para tirar ideias de lá. Mas casos assim são exceções, e o resto leva a fama. "Toda vez que ocorre algum crime violento envolvendo um paciente com esquizofrenia, a repercussão nos meios de comunicação é enorme. E as pessoas ficam com a impressão de que esses pacientes são mais violentos que a população em geral", diz Louzã.


Os subtipos de esquizofrenia Eles são diagnosticados de acordo com os sintomas 

Paranoide A pessoa tem delírios e alucinações. 


Hebenefrênico ou desorganizado Sobressaem alterações da afetividade e desorganização do pensamento. 


Catatônico O indivíduo apresenta alterações motoras. 


Simples Em vez de delírios e alucinações, ocorrem alterações da motivação e da afetividade. 


Residual Prevalecem os sintomas negativos, como embotamento afetivo e pobreza da fala. Em geral, os demais subtipos evoluem para o quadro residual.


O cinema surtado A esquizofrenia é apenas um entre os vários quadros de psicose - todos ligados à perda de contato com a realidade. Surtos podem ser causados por drogas em não-esquizofrênicos. Há ainda o transtorno delirante, em que a pessoa acredita em ideias sem lógica, mas não tem a linguagem e o comportamento tão prejudicados. Já no transtorno esquizoafetivo, ocorre uma mescla de alterações na percepção com mudanças bruscas de humor. Ou seja, fica bem fácil confundir tudo. E é o que o cinema faz. Poucos filmes representam claramente um esquizofrênico. Boas exceções são Spider (2002), de David Cronenberg, e Shine (1996), de Scott Hicks. Nele, o pianista David Helfgott luta para voltar a tocar depois do primeiro surto e vira um exemplo de superação da doença.


Para saber mais 

Esquizofrenia: Manual do Cuidador 
Mario Louzã, Planmark, 2008. 

Uma Mente Brilhante 
Sylvia Nasar, Record, 2002. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Jeitinho - Aécio Neves para a Folha de S.Paulo

Aécio Neves 2014
Aécio Neves 2014
Artigo do senador Aécio Neves para a Folha de S.Paulo. O presidenciável criticou recentes ações governo Dilma Rousseff. Aécio questiona ainda todas as restrições impostas para a divulgação das condições do financiamento do BNDES a Cuba.

Fonte: Folha de S.Paulo


O governo federal fez uma grave opção política ao abandonar a referência da legitimidade para atuar nas brechas da legalidade, onde vale tudo o que não é expressamente proibido.


Com isso, veste com nova roupagem aquele velho "jeitinho" do brasileiro que gosta de levar vantagem em tudo, imagem injustamente alardeada sobre a nossa gente que traduz um comportamento baseado na esperteza e nas artimanhas, quase sempre relacionado à burla das regras e das leis.


O "jeitinho" oficial, estimulado pelo governo, ganha contornos mais nítidos nas transgressões éticas cometidas reiteradamente, no dia a dia. Quando, e com base em que, o governo decidiu que não precisa prestar contas do que faz aos brasileiros? A semana passada foi pródiga em exemplos.


A ida a Lisboa não precisaria ter tomado a dimensão que tomou se o governo tivesse se posicionado com transparência e clareza. A afirmação da presidente, "eu pago a minha conta", ao tentar tirar o foco do debate e reduzir uma questão ética ao valor de uma despesa de restaurante, só fez piorar a situação.


Por que, afinal, os brasileiros não podem saber onde está a maior autoridade do país e quanto custam suas viagens?


O episódio fez o país passar pelo constrangimento de ver o seu chanceler ser publicamente desmentido e a sua presidente deixar um hotel pela porta dos fundos, remetendo a imagem do Brasil à de uma republiqueta.


Esse, aliás, seria um momento oportuno para que a presidente explicasse por que, em maio passado, decidiu impor sigilo sobre as informações das suas viagens ao exterior que, agora, só poderão ficar públicas após o término do seu mandato.


E por que todas as restrições impostas para a divulgação das condições do financiamento do BNDES a Cuba? O que há nessa transação que incomoda tanto o PT? Na prática, a falta de transparência gera efeito contrário –alimenta teorias e suposições e acaba fazendo mais mal ao governo do que a verdade faria.


Na mesma linha, a propaganda virou a alma do governo. O exemplo da presidente, ao convocar redes oficiais de rádio e TV, de acordo com a sua conveniência eleitoral, parece ter estimulado o ministro da Saúde a também buscar a sua exposição como candidato às custas da máquina pública. Nos anos anteriores, ele ocupou esse espaço sempre na véspera das campanhas de vacinação para mobilizar a população para o dia seguinte.


Dessa vez, sob o mesmo pretexto, aproveitou seus últimos dias no cargo para anunciar, em janeiro, uma campanha de vacinação que só vai começar em março. O conjunto da obra é acintoso.


Pode ser que um dia chegue a conta por toda essa arrogância. E ela não poderá ser paga com cartão corporativo.

Náufrago mexicano chega à capital das Ilhas Marshall para exames

José Iván disse ter ficado 13 meses à deriva no Oceano Pacífico.
Em Majuro, ele iniciará trâmites necessários para sua repatriação.

Fonte: G1

O náufrago mexicano que afirmou ter passado 13 meses à deriva no Oceano Pacífico, até chegar na quinta-feira (30) a um pequeno atol nas Ilhas Marshall, na Micronésia, desembarcou nesta segunda-feira (3) na capital do arquipélago, Majuro, onde passará por exames médicos antes de iniciar os trâmites necessários para sua repatriação – um caminho de volta de mais de 12.500 km.
José Iván, nome com o qual o homem se identificou, ficou à deriva em uma pequena embarcação de fibra de vidro de 24 pés (quase 7 metros) de comprimento, cujos motores perderam as hélices. Após ter sido encontrado, ele foi levado no domingo (2), em uma lancha da Marinha local, do atol de Ebon até a capital.
Na chegada a Majuro, José Iván foi fotografado ao deixar a embarcação. Ele foi auxiliado por um enfermeiro, pois o longo tempo no mar o deixou debilitado e com dificuldade de locomoção.
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O mexicano José Iván é visto chegando a Majuro, capital das Ilhas Marshal, nesta segunda-feira (3). Ele ficou mais de um ano à deriva no mar e foi encontrado no fim de semana. Em Majuro, passará por exames médicos e outros trâmites antes de retornar ao México (Foto: Giff Johnson/AFP)O mexicano José Iván é visto chegando a Majuro, capital das Ilhas Marshall, nesta segunda-feira (3). Ele ficou mais de um ano à deriva no mar e foi encontrado na quinta-feira (30). Agora, o homem passará por exames médicos, antes de iniciar os trâmites necessários para voltar ao México (Foto: Giff Johnson/AFP)
Em seu primeiro diálogo com uma intérprete que falava espanhol, o náufrago disse que quer voltar ao México. "Me sinto mal. Estou longe. Não sei onde estou nem o que aconteceu", afirmou.
José Iván explicou que zarpou do México em 24 de dezembro de 2012 para pescar tubarões. O tempo em que ele passou perdido em alto-mar seria de pouco mais de 13 meses, não os 16 que foram mencionados a princípio.
Até o momento, não estão claros os motivos de a embarcação ter ficado tanto tempo à deriva nem como morreu, há alguns meses, o homem que acompanhava o mexicano no barco.
Imagem de satélite mostra o atol de Ebon, nas Ilhas Marshall (Foto: Reprodução/Google)Imagem de satélite mostra o atol de Ebon, nas
Ilhas Marshall (Foto: Reprodução/Google)
Segundo a intérprete, José Iván está muito confuso e não sabe dizer o que aconteceu nos meses em que passou no oceano.
"Ele está um pouco desesperado e quer voltar ao México, mas não sabe como", informou a mulher.
Quando dois moradores do atol de Ebon resgataram o homem no mar, ele usava apenas uma cueca feita com um pedaço de pano, tinha o cabelo muito comprido e barba abundante. Além disso, não conseguia caminhar sem ajuda.
O náufrago explicou, por meio de desenhos, que sobreviveu comendo tartarugas, aves e peixes que pescava com as mãos. Também indicou que bebia sangue de tartaruga quando não chovia, para se hidratar.
mapa náufrago atualizada (Foto: 1)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Aécio Neves 2014: "Dilma faz mais por Cuba do que pelo Brasil"

Aécio criticou o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o Porto de Mariel, em Cuba. A obra foi inaugurada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (27).

Fonte: Queremos Aécio Neves Presidente

O senador Aécio Neves disse, nesta terça-feira (28), ver com preocupação as crises econômicas na Argentina e Venezuela e criticou o financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o Porto de Mariel, em Cuba. A obra foi inaugurada pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira (27).

"Finalmente a presidente Dilma inaugurou a primeira grande obra de seu governo, pena que em Cuba", disse o senador a aliados. Ele fez o comentário durante o almoço na capital paulista.

O Brasil forneceu um crédito de US$ 802 milhões (R$ 1,92 bilhão) para a construção do porto, que custou US$ 957 milhões. Após o lançamento da primeira parte do empreendimento, Dilma anunciou, ao lado do ditador cubano Raul Castro, um investimento adicional de US$ 290 milhões (R$ 701 milhões) na zona econômica especial do porto de Mariel, dos quais 85% virão de crédito do BNDES e os restantes 15% serão a contrapartida do governo cubano.

O que deixa os brasileiros indignados é saber que a presidente Dilma está empregando o dinheiro público para erguer um moderno porto em Cuba, enquanto no Brasil falta dinheiro para realizar obras de infraestrutura, em especial as de mobilidade urbana nas nossas metrópoles.

O dinheiro do BNDES, que é dinheiro de todos os brasileiros, deve ser aplicado dentro do país, com o intuito de melhorar nossa infraestrutura e as condições de vida nas metrópoles.

Infelizmente, sob o governo petista, o BNDES se transformou numa caixa-preta: ninguém sabe quais são os critérios e as condições para financiamentos, nem tampouco os objetivos estratégico dessas operações.

Vale ressaltar que toda operação que envolve recursos públicos precisa ser transparente, e não embalada numa caixa-preta para beneficiar ditaduras camaradas e empresas amigas, como faz o governo da presidente Dilma Rousseff.

Pai de Neymar fala muito e irrita apresentador da ESPN Brasil durante entrevista ao vivo

Apresentador pede para pai de Neymar parar para ouvir perguntas de jornalistas (Foto: reprodução: ESPN)Em confusa entrevista à ESPN Brasil, um exaltado Neymar, não o filho, mas o pai do craque do Barcelona e da Seleção Brasileira, falou sem quase respirar por longos nove minutos a respeito do imbróglio envolvendo a negociação do atacante do Santos ao time catalão. Incomodado, o apresentador João Carlos Albuquerque precisou dar um basta no falatório interminável de Neymar da Silva Santos.
pai de Neymar havia feito um pronunciamento à parte da imprensa minutos antes de entrar no ar, na ESPN, mas quase que repetia o discurso, sem dar chance para perguntas (ou sem que os jornalistas do canal de TV por assinatura conseguisse fazê-las).
"Neymar, Neymar, só um minuto. Pera aí, você disse que o PVC [comentarista Paulo Vinicius Coelho] tava falando sem parar e não tava te dando chance de colocar o seu lado. Você tá fazendo a mesma coisa agora. Vamos conversar", interrompeu Albuquerque, o popular "Canalha".
Questionado uma vez mais por PVC, seu Neymar voltou a fazer mais um longo discurso. Falou, sem parar, por exatos sete minutos e 40 segundos. Precisou ser uma vez mais brecado pelo apresentador. "Neymar, Neymar. Por favor, nós precisamos falar, também. Faz 20 minutos...eu quero até dar uma chance dele parar um pouco de falar, descansar e ouvir um pouco o outro lado que somos nós aqui no estúdio", afirmou o "Canalha", já claramente cansado com algo que mais parecia um pronunciamento do que uma entrevista.
Em determinados momentos, chegou-se a ficar com a imagem no ar sem que ninguém falasse. Não só Neymar Pai, mas também os jornalistas no estúdio. Bem confuso e até constrangedor para muitos que assistiam e comentavam nas redes sociais.
No fim, Leonardo Bertozzi, o outro comentarista da ESPN Brasil presente no programa, fez talvez a pergunta mais direta: "fui eu que coloquei a justificativa [para a saída] do Neymar como [receio de ser] um vilão da Copa das Confederações como algo que não me convence, porque se você tem de um lado essa questão e do outro tem a de receber 40 milhões [de euros] para ele sair em 2013, na minha cabeça vai pesar muito mais esse valor do que qualquer outra preocupação, mas explique, então, qual era a preocupação? Ele ser hostilizado na rua, ser agredido, ele cair em desgraça com a população brasileira [por insucesso na Copa das Confederações]?"
"Essa colocação é bem simples pra falar. É bem simples como falar. Essa colocação é simples pra mim. Você precisa ser pai do Neymar pra entender isso. Você precisa ser pai do Neymar, e você não é", respondeu o confuso seu Neymar.
"Mas eu também não vou ganhar [comissão de] € 40 milhões [cerca de R$ 132 milhões que a empresa N&N Sports, que tem como sócios os pais de Neymar, recebeu pelo acordo]?", insistiu Bertozzi.
"Posição como empresário é uma coisa, talvez não seja uma justificativa, mas como pai é. O meu entendimento e o meu sentimento levou a isso. Neymar poderia ser herói [da Copa das Confederações] como virou, poderia ser vilão e graças a Deus não virou vilão. É dessa forma que eu ajo, por intuição, por achismo, eu sou assim. Tem uma diferença: eu sou o pai do Neymar", justificou-se.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Globo aposta em roteiristas premiados e cenas de ação em nova série

O seriado "A Teia", que estreia hoje na Globo, mostra que a emissora descobriu na ação um novo gênero de ouro. Seus projetos mais ousados ou pertencem à categoria ou adotam alguns de seus elementos.

Com ares de produção hollywoodiana e perseguições implacáveis envolvendo caminhões, helicópteros e explosões, a nova série de 13 episódios leva à TV o texto original de dois roteiristas campeões de bilheteria: Bráulio Mantovani, de "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", e Carolina Kotscho, de "2 Filhos de Francisco".

Dentro do gênero, a emissora produz ainda a série "O Caçador", protagonizada por Cauã Reymond, que estreia ainda no primeiro semestre.
Estevam Avellar/Globo
O ator João Miguel em cena como o protagonista Jorge Macedo
O ator João Miguel em cena como o protagonista Jorge Macedo
Criada por Marçal Aquino, Fernando Bonassi e José Alvarenga, que assina a direção com Heitor Dhalia, a trama fala sobre um policial convertido a caçador de recompensas. No elenco, além de Reymond, estão Cleo Pires, Alejandro Claveaux, Jackson Antunes e Nanda Costa.

As duas vêm na esteira da minissérie "Amores Roubados", que, embora fosse guiada por uma trama de paixão e traição, explorou perseguições e tiroteios e se deu bem no ibope.

ANTI-HERÓI

Com "A Teia", a Globo segue a linha de "Sopranos", "The Wire" e "Mad Men": roteiristas experientes escreveram a história de personagens atormentados. Saem o herói e o vilão e entram dois anti-heróis, cada um operando com uma ética própria.

A série conta a história da caçada do criminoso charmosão Baroni (Paulo Vilhena) pelo policial Jorge Macedo (João Miguel), que está amargando uma ação corretiva da Polícia Federal.

Sobre a criação de personagens cheios de "falhas", os autores dizem que é um pré-requisito da veracidade. "A boa dramaturgia pede personagens de verdade. A gente fez muita pesquisa e buscou referências, estudamos muito", diz Carolina Kotscho.
"A Teia" nasceu de uma pesquisa que Kotscho fez sobre experiências do delegado aposentado da Polícia Federal Antonio Celso dos Santos.

"As histórias eram muito boas. E eu pensava em escrever um livro. Comentei com o Bráulio e a gente pensou em fazer uma série. Logo imaginamos o João Miguel como protagonista", diz a autora.

"O Jorge Macedo é um anti-Capitão Nascimento, um intelectual, praticamente", afirma Mantovani.

Para João Miguel, "A Teia" ofereceu-lhe o primeiro protagonista na televisão.
"Considero esse personagem um herói do dia a dia. Foi fundamental conhecer o Antonio Celso [policial em que foi inspirado] porque ele me deu essa dimensão e eu pude dar licenças poéticas e ficcionais a ele", diz o ator.

EXPLOSÕES

Segundo os autores, licença ficcional foi o que não faltou. A TV deu liberdade total para que a trama fosse desenhada o mais cheia de detalhes possível. Nada era exagerado demais. "A gente tentou não se policiar porque não sabia que tipo de ideia era viável. Não conhecemos todas as tecnologias de produção", diz Mantovani.

No final, nada foi cortado ou alterado. A tecnologia permitiu tudo, desde explosões extravagantes até a captação em vários ângulos da cena em que João Miguel se pendura na parte traseira do caminhão dirigido em alta velocidade por Vilhena, em meio a troca de tiros. Há, ainda, uma cena de tombamento de um caminhão com galinhas.

"Claro que há limitações de orçamento, mas a mágica que eles fizeram para tirar a coisa do papel é incrível. Quase assustadora", diz Kotscho.

NA TV
A TEIA
Estreia da série
QUANDO hoje, às 23h30, na Globo
CLASSIFICAÇÃO não informada 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

"A oposição deve governar o Brasil" - Aécio Neves

Eleições 2014 - Citando dados de inflação e uma "maquiagem" do governo nas contas públicas, Aécio disse que a oposição deve voltar a governar o país.


Aécio Neves diz que oposição deve governar o Brasil
Aécio Neves e Geraldo Alckmin participam do aniversario do Paulinho da Força

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato à Presidência, criticou neste sábado a condução da economia do governo Dilma Rousseff, responsável por gerar um clima de desconfiança no país na avaliação do tucano.

Citando dados de inflação e uma "maquiagem" do governo nas contas públicas, Aécio disse que a oposição deve voltar a governar o país.

"Infelizmente o que estamos assistindo hoje no Brasil é uma desconfiança generalizada. Por isso, acredito que é hora da oposição voltar a governar o Brasil".

Aécio Neves esteve em São Paulo para a festa de aniversário do deputado Paulinho da Força (SP). No evento, Paulinho fez críticas à presidente Dilma Rousseff e declarou apoio à candidatura do tucano.

"O meu candidato à Presidência é o Aécio Neves. Nosso partido vai decidir oficialmente o apoio à sua campanha", disse. Paulinho comanda o recém-criado partido Solidariedade.

Ele citou projetos que pregam mudanças no pagamento do seguro-desemprego, a resistência ao fim do fator previdenciário e a uma reforma no cálculo das aposentadorias como exemplos de malefícios promovidos pelo governo Dilma.

Aécio, por sua vez, se comprometeu a estabelecer já no programa de governo compromissos com a pauta dos sindicatos. Ele, que era presidente da Câmara doa Deputados quando o fator previdenciário foi aprovado no governo de Fernando Henrique Cardoso, disse agora que o assunto precisa ser debatido "politicamente".

"A minha posição pessoal não importa. Vamos fazer um debate político sobre o assunto".

Dilma em Davos

Aécio aproveitou o encontro para criticar o discurso da presidente Dilma Rousseff em Davos. Segundo ele, a declaração de Dilma mostra um país que não tem conexão com o Brasil real.

"A presidente fala que o Brasil sempre busca alcançar o centro da meta inflacionária. Ela vai terminar o mandato lutando e contendo preços como de combustíveis, como de transportes, como de tarifas de energia, para não ultrapassar o teto da meta".

O tucano usou dados sobre a evolução dos preços da cesta básica para afirmar que a "propaganda oficial não consegue mascarar a realidade". Criticou ainda a "maquiagem" para alcançar o superavit primário e um saldo mínimo na balança comercial.

"Hoje, infelizmente o Brasil está no final da fila daqueles que querem investir e a situação interna se agrava a cada dia".

O governador Geraldo Alckmin também participou do evento e saudou Aécio como um político "inspirado em JK". 

Morre de doença pulmonar ator do comercial da Marlboro, aos 72 anos

O ator Eric Lawson, protagonista de comerciais do cigarro Marlboro durante os anos 1970, morreu de doença pulmonar no dia 10 de janeiro, aos 72 anos, em sua casa na Califórnia.

Segundo sua mulher, Susan Lawson, o ator teve uma parada respiratória derivada de uma doença chamada DPCO (doença pulmonar obstrutiva crônica).

UOL

Lawson participou de programas de TV como "Baretta" (1975-1978) e "São Francisco Urgente " (1972-1977) quando foi contratado para aparecer em propagandas do cigarro, de 1978 a 1981.

O ator também trabalhou nas séries "As Panteras" (1976-1981), "Dinastia" (1981-1989) e "Baywatch" (1989-2001). Sua carreira acabou devido a um acidente em um set de filmagem de um faroeste.

Lawson —fumante desde os 14 anos— chegou a fazer campanhas anti-tabagismo parodiando a Marlboro, além de participar de um debate sobre os efeitos prejudiciais do cigarro no programa "Entertainment Tonight", embora tenha continuado a fumar até ser diagnosticado com a doença.

Outros atores de comerciais da empresa que morreram de doenças relacionadas ao cigarro foram David Millar, que teve um enfisema pulmonar em 1987, e David McLean, morto devido a um câncer de pulmão, em 1995.

O ator deixa seis filhos.

No palanque, em Davos - Aécio Neves para a Folha de S.Paulo

Segundo Aécio, a ausência de sincronia entre o discurso da presidente Dilma no Fórum e a realidade termina por alimentar a crescente desconfiança nas relações entre agentes econômicos e governo.


Aécio Neves: líder da oposição
Aécio Neves: líder da oposição


Quem acompanhou o discurso da presidente Dilma em Davos achou que não estava entendendo bem. Do ponto de vista político, a presidente tinha dois caminhos corretos para seguir. O primeiro, defender, com coragem, as escolhas que fez e as decisões que tomou nos últimos três anos. Mesmo que não obtivesse a concordância de quem a ouvia, poderia ganhar o respeito pessoal pela coerência e firmeza de suas convicções. O segundo seria o da autocrítica, o de reconhecer, ainda que tardiamente, os inúmeros erros cometidos e assumir o compromisso com a mudança de rumos ainda no pouco tempo que lhe resta de governo.

Mas ela não fez uma coisa nem outra. Diante de uma plateia de especialistas ela descreveu uma realidade que não é a nossa e um governo que não é o dela, fazendo de Davos uma extensão dos palanques eleitorais em que vem transformando suas viagens pelo país. Fez de Davos mais uma escala em sua turnê pela ilha da fantasia em que o governo parece estar instalado, deixando muita gente intrigada.

O que seria mais grave: a presidente ter apresentado em importante fórum internacional um retrato do país que sabe não ser verdadeiro ou, após, repeti-lo à exaustão, ter convencido a si mesma de que se trata da realidade?

Afirmou que a inflação está controlada, quando sabemos –Davos também– que nos últimos três anos a taxa esteve sempre prestes a romper o teto da meta –e defendeu sua política fiscal, hoje conhecida pela "criatividade" de sua contabilidade. Chegou ao cúmulo de dizer que diminuiu a dívida pública bruta de 60,9% do PIB para 58,4%. Inspirada na criatividade que tão mal tem feito à nossa política fiscal, a presidente buscou o ponto mais alto da dívida no auge da crise de 2009 esquecendo-se sutilmente que, quando assumiu, ela era de 53,35%. Portanto houve, na verdade, crescimento da dívida em seu governo.

Mas, como a realidade costuma se impor, pesquisa realizada pela Bloomberg com 500 participantes do fórum apontou o Brasil como a região que oferece menos oportunidades de negócios entre as pesquisadas. Isso depois de o FMI ter divulgado estudo reduzindo as previsões de crescimento do Brasil para 2014. E da Price Waterhouse ter mostrado que o país perde espaço como opção para investimentos de grupos internacionais, e do Banco Central ter reafirmado a necessidade de continuar aumentando os juros para frear a inflação.

A presidente foi a Davos para enviar uma mensagem de segurança a investidores. Mas a ausência de sincronia entre o discurso e a realidade que todos conhecem termina por alimentar a crescente desconfiança nas relações entre agentes econômicos e governo. O Brasil continua perdendo o mais precioso de todos os ativos: o tempo.