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SuperInteressante
Começa nesta quinta-feira (25) em São Paulo uma exposição sobre Game of Thrones, a série de sucesso da HBO baseada nos livros de George R. R. Martin. A mostra traz mais de 70 peças originais das três temporadas do programa, como armas, imagens de produção e figurino. Até o dia 28 de abril, os visitantes que já garantiram ingresso podem entrar no clima da série ficando frente a frente com as roupas usadas pela Patrulha da Noite, os ovos de dragão de Daenerys ou mesmo Agulha, a espada de Arya Stark. E, claro, os nerds piram com a oportunidade de tirar fotos sentados no Trono de Ferro e empunhar um arco-e-flecha numa simulação virtual da batalha da Baía do Água Negra.
A exposição passou por Nova York, Toronto e ainda vai para Amsterdã e Belfaste, cidade da Irlanda do Norte onde a série é gravada. Essa semana, a HBO preparou uma abertura da exposição para a imprensa com alguns representantes do canal. A surpresa ficou por conta da participação de dois atores da série. Liam Cunningham (o Davos Seaworth) e Alfie Allen (Theon Greyjoy) conversaram com alguns jornalistas sobre o trabalho e sobre a relação com a obra de George R. R. Martin. A gente conta agora um pouquinho do que rolou:
“Game of Thrones é uma história perfeita para a TV. Não conseguiríamos contá-la bem no cinema” – Liam Cunningham
Liam Cunningham é fã de carteirinha da série e pareceu bem satisfeito com a empolgação do público brasileiro. Depois dos Estados Unidos, o Brasil representa a maior audiência de Game of Thrones do mundo, entre os mais de 100 lugares onde a série passa. Para o ator, que interpreta o ex-contrabandista Davos Seaworth, o segresso do sucesso é a qualidade. “Game of Thrones não precisa fazer esforço para dar certo, porque é uma série boa”, diz. Apesar da declaração bem intencionada, a gente sabe: para conquistar o público, a HBO se esforça bastante e investe pesado. Uma temporada inteira não sai por menos de 60 milhões. Dá R$ 6 milhões por episódio. Para se ter uma ideia, cada episódio de The Walking Dead, outra série atual de sucesso, sai por R$ 2,8 milhões. Praticamente a metade.
“Davos não pediu para estar no meio do combate. Ele foi jogado neste ninho de serpentes. Ele é um pouco como os espectadores da série.” – Liam Cunningham
Liam Cunningham compara Davos, seu personagem, a Ned Stark. Para o ator, ambos entraram “de gaiato” na guerra. E ambos acabam tendo destinos indesejados por terem seguido seu próprio código de honra. Cunningham acredita que o grande valor de Davos está na sua redenção – ele deixou de ser contrabandista para estar bem perto do poder, apesar de ser um personagem de baixo nascimento (ou seja, que não pertence a uma das famílias nobres de Westeros). E ainda assim sempre tenta fazer a coisa certa.
“Não estou interpretando um personagem dos livros.” – Liam Cunningham
Ele não leu os livros. Apesar de já estar ciente de tudo o que acontece com Davos na história até “Dança dos Dragões” (o quinto livro), Cunningham sabe separar as coisas e acredita no trabalho dos criadores da série David Benioff e D. B. Weiss. Em comum com o seu personagem, o ator tem a devoção pelo rei Stannis. “Ele é o verdadeiro rei de Westeros. É para ele que eu torço”, conta. E se desse para mudar alguma coisa na história do personagem? Liam Cunningham não tem dúvidas: “Eu me livraria de Melisandre”.
“Nunca imaginei que fosse interpretar um personagem tão importante em uma série.” – Alfie Allen
Alfie Allen,
que é irmão da cantora Lily Allen, tem 26 anos e atua desde os 12. Mas o seu primeiro papel de projeção internacional foi em
Game of Thrones. O ator considera que a segunda temporada foi a mais marcante para o personagem, mas não sabe se o Theon da TV vai ter o mesmo destino dos livros. Sobre a obra de George R. R. Martin, aliás, ele confessa que só leu até a metade do terceiro – e que desistiu depois de perceber que Theon não aparece muito em “Tormenta de Espadas”.
“Theon não é um personagem ruim. Ele só faz o que ele acredita que é o certo.” – Alfie Allen
Assim como Liam Cunningham, Allen também defende o personagem. Mas, convenhamos, é bem mais complicado defender um homem que traiu a confiança de um amigo e matou crianças. Apesar da polêmica, Alfie Allen acredita que Theon fez o que achava certo, para manter a honra de sua família. Deu errado. Mas faz sentido.
“Theon é um personagem realista. Acho que as pessoas se identificam mais com ele do que com o Joffrey.” – Alfie Allen
Outra coisa que faz sentido. “Joffrey é mau”, avalia o ator, referindo-se ao psicopata adolescente que atualmente ocupa o trono de ferro na terceira temporada. Já Theon pode até errar feio de vez em quando. Mas por um motivo que, na hora, parecia mais do que justo. Afastando-se um pouco da sombra do personagem ambíguo, Alfie Allen conta quem ele gostaria de ver no trono no lugar de Joffrey: “Arya! Seria legal vê-la reinar”.
“As pessoas gostam de me ver sofrer na tela.” – Alfie Allen
Uma das boas coisas da terceira temporada é que conhecemos pessoas piores que Theon Greyjoy. E, sem dar spoilers, o ator sugere que os fãs que ainda não leram os livros prestem atenção nesta história – eles podem se surpreender. Como acontece com muitos atores que interpretam vilões, Alfie Allen já está acostumado a ouvir que seu personagem não é um dos mais queridos. Aliás, se você insultar Theon Greyjoy na cara do ator, ele será o primeiro a dizer que você está certo – e vai achar que você está elogiando seu trabalho. Não será por falta de merecimento.
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