sexta-feira, 27 de setembro de 2013

De morador de rua a convocado por Scolari, conheça o massagista Tita

Ele é uma figura certa na Toca da Raposa II. Pronto para ajudar a todos, senhor de sorriso fácil e tranquilo na convivência. Em meio às estrelas do futebol, às vezes passa até despercebido, a não ser pelos cumprimentos, sempre muito bem educado com todos que estão no centro de treinamento, seja torcedor ou jornalista. Esse é Edmar Antônio da Silva, o Tita, massagista do Cruzeiro e da Seleção Brasileira – convocado por Felipão nesta quinta-feira.

A alegria e o sorriso no rosto, sempre presentes com ele, surguram duplamente na manhã desta quinta-feira. A felicidade era difícil de esconder. “Tive várias alternativas, e estou aqui conversando com vocês”, contou.
Tita conhece Felipão e disse que ele é "gente boa" Foto: Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra
O ano 2000, porém, representou a mudança em sua vida. Já trabalhando no Cruzeiro, Tita recebeu uma carona de Luiz Felipe Scolari, na época técnico do time mineiro. O treinador levou o massagista para casa em um aglomerado de Belo Horizonte. Neste dia, o técnico resolveu ajudar.No entanto, quem imagina que a vida de Tita sempre foi fácil está muito enganado. Funcionário celeste há 13 anos, antes de trabalhar no Cruzeiro, ele morou na rua, já dormiu coberto por caixas de papelão e passou dificuldades para comer.

“Passei necessidade, morei em casa de papelão, catava comida na feira, tinha bandejão eu catava o resto, mas Deus é maior, nunca desviei uma agulha de ninguém. Ele (Felipão) só tem cara de sargentão, ele não é sargento, é gente boa, me ajudou. Morava na Vila São José, em uma casa do tamanho de uma cabine de transmissão dessas que vocês trabalham. Ganhei uma cesta do Felipão e ele me ofereceu de levar em casa, a cesta era pesada. Eu falei que não precisava, porque eu morava na favela. Aí ele falou que se a gente ganhasse a Sul-Minas ele ia me ajudar. Ganhamos e ele me deu o bicho dele, na época era 18 mil. Os jogadores inteiraram e eu consegui sair da favela, comprei um apartamento”, contou.

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Técnico do Cruzeiro renega passado atleticano

Tita revela que a ficha custou a cair quando recebeu a notícia da convocação. Agora ele quer dar seu melhor para honrar a todos que foram importantes nesta trajetória. “Pensei que podia ser 1º de abril (dia da mentira), mas a gente está sempre preparado. Não pode deixar que as coisas peguem você de surpresa, tem que estar sempre preparado".

"Vou fazer o máximo para honrar o nome do clube, da minha família, e do nosso estado. Eu sou mineiro, da Lagoinha (bairro de Belo Horizonte), fui morador de rua, e ser lembrando pela Seleção Brasileira é muito importante. Eu tenho sonhos maiores, e é conquistar o mundial, e oferecer para as crianças pobres, porque tem muitos que não ajudam, mas eu vou ajudar trazendo alegria”, observou.

Sempre dedicado e esperançoso, Tita admite que já sonha em servir a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. “Meu objetivo é esse, quero se Deus quiser, vou trabalhar com afinco e dedicação, não quero derrubar ninguém. Estou indo lá para somar com eles, quero chegar lá e dar o máximo de mim para ser lembrado para a Copa do Mundo, vou dedicar para segurar a vaga”, completou.


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