quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Obama chega à cúpula do G20 em meio a tensão sobre Síria e espionagem

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcou nesta quinta-feira em São Petersburgo, na Rússia, para a cúpula do G20, em que defenderá uma intervenção militar na Síria e enfrentará as críticas dos outros membros do grupo sobre a espionagem feita pelo governo americano.

Obama chega a São Petesburgo para cúpula do G20; americano é criticado por defender ataque à Siria e espionagem

O Air Force One, avião presidencial americano, pousou no aeroporto de Pulkovo, perto da cidade russa, por volta das 14h05 locais (7h05 de Brasília). Ele chega após uma escala em Estocolmo, na Suécia, onde se reuniu com o primeiro-ministro Fredrik Bernhardt na quarta (4).

Após o encontro, Obama pediu à comunidade internacional que não fique calada diante da "barbárie" na Síria. Também defendeu a ação militar para que se mantenha credibilidade de todos os países que assinaram o tratado de armas químicas da ONU o qual, para Washington, foi violado pelo regime de Bashar al-Assad.

A intervenção ocidental seria uma retaliação ao regime sírio, que passa por conflito armado contra rebeldes há dois anos e meio. Para os americanos, as tropas do governo sírio fizeram um ataque com armas químicas na periferia de Damasco, em 21 de agosto.

Segundo relatório da inteligência americana, a ação deixou 1.429 mortos, sendo 426 crianças, o que poderia ser o pior incidente com armas químicas em 25 anos. Além dos Estados Unidos, a França, a Turquia e países do golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuait, pretendem compor a coalizão.

Nas reuniões do G20, destinadas inicialmente a temas econômicos e financeiros, Obama deverá defender a intervenção e buscar apoio de outros países, que resistem à ação armada. Também se reunirá com o francês François Hollande, principal parceiro do grupo de países que deseja atacar a Síria.

A maior oposição à ação armada virá do anfitrião Vladimir Putin, contrário a qualquer intervenção militar no país árabe. Aliado do regime sírio, o mandatário russo enviou uma missão para tentar dissuadir o Congresso americano de votar a favor do ataque a Assad, embora esta tenha sido recusada pelos legisladores.

A ação militar será avaliada pelos parlamentares na próxima segunda (9), embora já tenha contado com o apoio da Comissão de Relações Exteriores do Senado, do presidente da Câmara, John Boehmer, e dos líderes democrata, Nancy Pelosi, e republicano, Eric Cantor.


ESPIONAGEM


O outro desafio de Obama será enfrentar as críticas contra o esquema de espionagem de dados de internet e telefones feito pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, em inglês). As medidas de inteligência foram reveladas pelo ex-prestador de serviços da agência, Edward Snowden, asilado na Rússia.

O asilo temporário de um ano concedido em agosto ao delator criou uma crise diplomática entre os Estados Unidos e a Rússia, o que levou ao cancelamento de uma reunião entre Putin e Obama.

Além da tensão com Moscou, Obama ainda deve enfrentar as reclamações da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e do México, Enrique Peña Nieto, que foram investigados pela NSA.

O esquema revelado por Snowden foi publicado em junho pelos jornais britânico "Guardian" e americano "Washington Post". Os diversos programas da NSA permitiram a investigação de dados e conteúdo de conversas entre milhões de pessoas em todo o mundo.

Na quarta, Obama afirmou que os Estados Unidos estão revisando seus programas de espionagem, em parceria com a União Europeia. Ele voltou a descartar que os dados de usuários que não apareçam em investigações de terrorismo do governo americano tenham sido devassados.



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