sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Brasileiras não conhecem métodos anticoncepcionais, diz pesquisa

Você usa um ou mais métodos anticoncepcionais. Os mais comuns são a camisinha masculina e a pílula. Mas por que essas foram suas escolhas? Você já parou para pensar? Já se perguntou se esses são os melhores métodos para você?

Fonte: Yahoo
Para quem nunca parou para pensar nessas escolhas, soa absurdo. Como é que eu poderia deixar de usar camisinha? Pois é, algumas mulheres têm alergia ao latex, por exemplo, e essa não é uma boa escolha*. Sobre os hormônios da pílula, então, há diversos estudos apontando contra.
Mas se você nunca pensou nisso e seu médico nunca quis conversar sobre suas opções com você e já foi logo receitando o que escolhe para todo mundo, como você vai ter intimidade com os métodos disponíveis?
Um levantamento realizado com 9.507 mulheres entre 18 e 49 anos mostrou que, depois de obterem mais informações sobre os métodos anticonceptivos, a escolha da maioria delas mudou. A pesquisa foi publicada no periódico científico da Sociedade Internacional de Ginecologia e Endocrinologia, o Gynecological Endocrinology.
Uma cena muito comum é a mulher chegar ao consultório, perguntar sobre suas opções e o médico indicar o mesmo medicamento que indica para todas as pacientes – aquele que tem o nome em diversos objetos dentro da sala -, o que é antiético. A importância da interação entre médico e paciente é destacada no artigo 42 do novo Código de Ética Médica, de 2010:"É vedado ao médico: desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo o médico sempre esclarecer sobre a indicação, a segurança, a reversibilidade e o risco de cada método", destaca o Dr. Nilson Roberto de Melo, diretor Científico da Febrasgo e um dos autores da publicação.
O estudo descobriu que 25% das mulheres escolheram a pílula porque estavam acostumadas e metade delas destacou a facilidade de seu uso como principal fator de escolha. Já as que rejeitaram o medicamento apontaram a probabilidade de se esquecer de toma-la como principal motivo.
Mulheres têm diversos métodos contraceptivos à disposição. (Foto: iStock)Depois de informadas sobre o funcionamento de outros métodos, 22% das mulheres que haviam optado pela pílula (66%) mudaram de opinião. O adesivo semanal e o anel mensal mudaram sua aceitação de 16% para 30%. E o método injetável mensal teve uma pequena queda na hora da escolha: de 18% para 16%.
O autor explica que o estudo mostra que "como muitas delas mudaram de opinião em relação ao método, isso significa que, antes de serem aconselhadas sobre cada contraceptivo, uma parte delas estaria escolhendo um método que não era adequado. Com a ajuda do médico, a mulher deve ter seu direito de escolha respeitado e deve ser protagonista da escolha do seu método contraceptivo, analisando riscos e benefícios de acordo com seu estilo de vida, hábitos e costumes."
Para facilitar a escolha feminina, o estudo foi desdobrado no site Direito de Escolha, em que explica o funcionamento de cada método, seus prós, contras e sua aplicação.
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* sobre isso vale lembrar que existem opções de camisinhas sem latex, que são antialérgicas e deixam o sexo mais seguro. É claro que você, adulto responsável por suas decisões, pode simplesmente não querer usar, mas a gente avisa: não é a ideia mais esperta que você já teve.


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